Uma nuvem de fumaça em meio à ventania tomou conta de Adamantina e cidades da região no início da tarde da última sexta-feira, 23. O visual cinza era o anúncio de uma catástrofe ambiental que estava acometendo simultaneamente, cerca de 59 mil hectares de terras em 48 municípios do estado de São Paulo. Essa é a estimativa da Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil), após o incidente.
O pânico tomou conta dos moradores da zona rural de Lucélia, que viram as chamas consumirem pastagens e lavouras inteiras naquela tarde atípica. “Abram suas porteiras, é uma questão de vida”, suplicou a prefeita , Tati Guilhermino, em um apelo feito aos produtores rurais no rádio.
Marcos Cordeiro que é funcionário de uma das fazendas incendiadas do bairro União, de Lucélia, conta que precisou evacuar em meio a fumaça, 210 gados até um pasto vizinho.
Não houve registro de morte de bois ou galinhas como em Ribeirão Preto, onde a ONG Sinergia Animal calcula a morte de mais de 300 animais. No entanto houve ocorrência de mortes de suínos em algumas propriedades.
A Defesa Civil do município avalia que uma área de aproximadamente 10 mil hectares tenha sido destruída pelo fogo.
No momento a Prefeitura está em fase de levantamento dos prejuízos causados aos produtores rurais. Para isso montou um Centro de Monitoramento de Contingencia pra avaliar os danos que os produtores tiveram em decorrência dos incêndios.
“Esta semana, desde segunda-feira, a Casa da Agricultura e Defesa Civil visitou todos os produtores e levantou os prejuízos causados. O governo do estado vai liberar um crédito de R$10 milhões para as 45 cidades que foram afetadas, por meio de um termo circunstanciado preenchido pelos produtores e avaliado pelo governo”, explicou Junior Mello, coordenador da Defesa Civil de Lucélia.
SALMOURÃO
Já em Salmourão cerca de 5 mil hectares entre vegetação, pasto e cana-de-açúcar foram consumidos pelas chamas.
Os moradores de 104 casas do Conjunto Habitacional Salmourão C, precisaram ser evacuadas sob o risco de ter suas casas tomadas pelos incêndios. E durante a noite a Prefeitura precisou alocar moradores da zona rural do município para o Projeto Espaço Amigo, sob o risco de retomada do incêndio.
