Nas Eleições Municipais deste ano em Adamantina, a candidata a vereadora mais votada foi Gabriela Calil (PRD) com 886 votos. É a primeira vez, em Adamantina, que uma mulher eleita recebe o maior número de votos no pleito eleitoral. Em eleições anteriores houveram casos de mulheres que receberam o maior número de votos, porém não conseguiram se eleger por razões de coeficiente partidário.
Em 15 dias de campanha, Gabi realizou um trabalho intenso de diálogo com a população, sobretudo nos bairros e nos semáforos da cidade.
O IMPACTO entrevistou a vereadora eleita, que falou sobre como foi este período de campanha, contou sua história, seus objetivos como vereadora etc.
CAMPANHA E POPULAÇÃO
Sobre a experiência de ser pela primeira vez candidata a vereadora e conseguir se eleger com o maior número de votos do município, Calil diz ser muito gratificante. Ela conta, ainda, ter gostado da experiência de estar lado a lado com a população, conhecendo de perto as demandas de cada bairro e da população de forma individual também: “Para sair do anonimato e entender as demandas precisei estar próxima das pessoas, visitei muitas famílias, muitas casas, associações, estive também nas ruas, nos semáforos para poder conversar com as pessoas, entendendo as demandas, foi o que mais gostei da campanha, tive muito apoio e incentivos”, explica ela.
POLÍTICA BASEADA EM VALORES DA FAMÍLIA
Nascida em São Paulo, Gabi Calil se mudou com sua família para Adamantina em 1995, se formou em Odontologia pelo Centro Universitário de Adamantina em 2005, fez diversas especializações, dentre elas em harmonização facial, prótese, canal e várias outras, e atua em sua área de formação desde então.
Embora atue como profissional liberal nesses anos todos, Calil revela que começou a se interessar por política após participar de um evento em Brasília (DF) em 2010, acompanhada de seu esposo, Sandro, com quem tem dois filhos: João, de 2 anos e Maria, 10 anos.
Em 2018, segundo ela, com as eleições nacionais, ou a intensificar os estudos e se interessar mais por política. “Eu acho que a maioria das pessoas tem uma visão ruim da política, e com o advento da direita do Bolsonaro, que trouxe de volta a importância dos valores da família, me deu um ‘start’. É o que eu quero para mim e para minha família e não quero que fique só dentro da minha casa”, explica Calil.
Outro fator que a motiva é poder, por meio de sua atuação política, deixar um legado para as próximas gerações, tanto em educação política quanto para demonstrar que é possível fazer uma política honesta.

OBJETIVOS
A saúde municipal, segundo ela, possui problemas que as pessoas questionam bastante, principalmente sobre as filas de espera. “Este é um dos pilares do meu plano de ação. Não é simples, apesar de parecer. Eu preciso entender até onde eu posso ir, e pode ter certeza que até onde um vereador puder chegar, eu vou”, garante.
A vereadora eleita acredita que seu papel no legislativo será o de ser a ponte da população com o executivo e a partir disso pretende levar as demandas da população, elaborar projetos de leis, indicações de necessidades públicas e buscar recursos.
BOA RELAÇÃO COM O PODER EXECUTIVO
O partido ao qual Gabi é filiada, o PRD, fez coligação com o partido Novo, do prefeito eleito, José Tiveron, o que é um aspecto favorável para sua atuação na Câmara. “Todo mundo conhece o Tiveron hoje em dia, eu conheço o Zé. O Zé foi meu vizinho por mais de 15 anos. Eu tenho amizade com ele há muitos anos. O coração dele é muito bonito. O dele, da Adelisa esposa, da dona Lucia (vice). Se for pelo coração deles, irão fazer uma gestão linda e muito benéfica à população. Por termos esse relacionamento se torna mais fácil. Mas não entendo que seja apenas por ser da mesma coligação, mas sim, pelos valores morais que eles têm” salienta Calil.
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA MULHERES
A representação das mulheres nas eleições deste ano aumentou, muito devido a disseminação de políticas públicas e endurecimento de leis que garantem a participação feminina nas candidaturas. Só em prefeituras, 724 mulheres foram eleitas em todo país, contra 656 no pleito anterior, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em Adamantina, a câmara neste próximo mandato contará com três mulheres vereadoras. Calil atribui esse aumento da participação feminina ao fato de as pessoas estarem se interessando mais por política: “As pessoas estão se interessando mais por política, tanto homens como mulheres. E essa educação política ela precisa acontecer. Pra gente ter mudanças, precisa ter uma educação e conscientização nessa área, e isso estarei abordando com afinco em minhas redes sociais”.
Sobre o fato de ser mulher, Gabi diz que não pretender fazer políticas públicas com foco no público feminino. “Vou representar as mulheres sim, até por que sou uma mulher, casada, tenho dois filhos, mas não vou governar apenas para mulheres. Eu não gosto dessas divisões. Eu vou governar para a população: para bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos, independente de sexo, raça ou religião. Eu creio que mulheres estando lá dentro da câmara, simplesmente significa que qualquer pessoa pode estar lá dentro, tanto homens como mulheres”, esclarece.
ATUAÇÃO “SEM PARTIDO”
Assim como ela não pretende atuar politicamente com foco no público feminino, a vereadora eleita, também almeja conduzir seu trabalho na câmara de forma apartidária, com foco no bem comum da população. “Eu creio que pra gente mudar a visão da política a gente já tem que começar diferente nesse sentido. Por isso acredito que Independentemente de partido, devemos ser um grupo unido lá dentro. “Tudo que beneficiar a sociedade, independentemente de quem proponha ou realize, terá meu apoio”, finaliza.